quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

E o ano quase acabou...

Estava eu conversando com meu namorado quando, entre uma DR e uma altiva discussão sobre Dante, o amor da minha vida questionou-me sobre uma poesia que escrevi - diga-se de passagem, observando dinossauros pela janela - e não faço ideia de onde tenha enfiado. Como a minha amada criaturinha estava insistindo há bastante tempo para ler a supracitada poesia, resolvi enviar-lhe uma outra do mesmo nível intelectual, ou melhor, do mesmo não-nível intelectual.
Foi então que eu me lembrei do blog. Como mencionei no meu último post meus planos de escrever aqui foram novamente metamorfoseados de tal forma que este data de setembro. Desde então eu já li vários livros, comecei a iniciação científica, vi inúmeros sóis e luas nascerem alternamente entre incessantes noites de estudo, o ano quase acabou e o mais importante: comecei a namorar com um cara MA-RA-VI-LHO-SO - mas esse é assunto para outro post. E aqui estou eu. Mais viva que nunca. Quando eu volto nem eu sei dizer. Espero que seja logo. E que venha 2011!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

planos...

Essa semana descobri que não postava nada há algum tempo, o que foi uma grande supresa já que eu não páro de escrever.
Então começei a pensar no tempo. Percebi que raramente tenho tempos livres em meus dias. Não que eu não me divirta ou não tenha momentos de "fazer nada olhando pro teto". É óbvio que eu faço isso! Só me dei conta de como o meu dia seria terrivelmente cheio se eu seguisse rigorosamente o planejamento. Percebi como distorço os planos, como horas de estudos viram horas de msn, como horas de sono viram horas de leitura, como horas dentro de transportes públicos viram horas de sono, como várias das minhas horas de aulas viram horas de... puts!... horas de muitas outras coisas que de modo algum envolvem ir de fato à aula...
Entendi que não deixei de escrever no blog porque não tenho nada pra contar, só parei de escrever porque "escrever no blog" era um plano, o qual foi irremediavelmente substituido. Hoje, que eu deveria estar fazendo trabalhos para a faculdade ou estudando para a prova de amanhã, senti uma falta tão grande de postar algo que aqui estou eu, metamorfoseando meu plano original.
Desse modo, adicionei mais uma palavra ao meu confuso vocabulário:
"plano - projeto que traçamos mentalmente para determinado momento de nossas vidas e que serve única e exclusivamente para nos livrar de possíveis pesos na consciência, ou seja, quando julgarmos que deveríamos ter feito alguma coisa mas não fizemos podemos inocentemente pensar que foi apenas um erro de cálculo no projeto original."

sexta-feira, 16 de julho de 2010

O rio da vida

O rio da vida corre
e nada faz parar.
Para o passado eu olho
e fico a recordar.

Todos eles têm
pedras no caminho,
ultrapassam sem pensar
tilintando e rindo.

Levam vida paras as margens
fazendo florescer.
Os amigos que importam
e que jamais iremos esquecer.

No fim, os rios desaguam no mar
e, com o tempo, lá serão esquecidos,
felizes em novo lar
por todos desconhecido.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Delícia

A noite vai passando,
no céu há uma lua a brilhar.
Em delicioso sonho vou divagando
para as belezas de algum lugar.

A princípio é tudo branco,
ouço incríveis sereias a cantar,
surge imenso e límpido oceano
e é só o começo de um rico sonhar.

Ao nascer do brilhante Sol
vejo peixes a nadar e aves a voar.
A Praia deixa a desertidão,
os animais estão a despertar.

Em tão doce utopia Geb e Nut se unem
ao longe sob o meu olhar.
A paixão que se concretiza na fantasia
nem Shu tem o poder de atrapalhar.

A vida adquire deliciosos sabor e suavidade.
Delícia é, como ela não é, a vida provar
e ao inacreditável e ao impossível
poder, enfim, ver, ouvir e tocar.

Delicioso é saber como a realidade deveria ser
quando o amanhã vier e eu acordar.
Delícia é esperar que a natureza siga seu curso
na certeza de ao anoitecer poder novamente sonhar.

Gabrielices

Durante o longo tempo de minha existência ouvi certos indivíduos (tá bem! a maioria das pessoas que me conhecem!) dizendo que eu tenho mania de "inventar moda" e fazer tudo de um jeito diferente (esse é o modo como eles acreditam estar sendo delicados...), claro que sempre considerei isso uma grande intriga da oposição. Logo eu que sou tão normal! Ou era o que eu pensava até alguns dias atrás.
Toda a verdade veio à tona quando uma tia (alguém muito distinto pertencente àquela parcela da família que só encontro em ocasiões especias e, mesmo assim, só a cada 9 ou 10 anos), questinou-me quanto ao curso que faço na faculdade. A conversa foi mais ou menos assim:
-Mas quanto tempo faz que não nos vemos, querida! E como você cresceu! Está em que ano na escola?
-Já terminei a escola tia, estou na faculdade já!
-Ah! É?! E você faz que curso?
Com um grande sorriso nos lábios respondi:
-Física.
Titia querida com aquele sorrisinho inocente de quem vai soltar um disparate perguntou:
-Ah! Entendi! Você faz EDUCAÇÃO física!
-Não! Eu faço física! Sabe? Física... só física!
E com aquele ar de quem tem pouco amigos (na verdade, a mulher só faltou sair correndo e gritando "tenho medo de você!") ela desabafou:
-Hum... sei... é um daqueles cursos estranhos que só tem pessoas esquisitas, né? Mas o que que deu em você garota pra ir fazer uma coisa dessas??
-Bom... ééé... não sei! Pra dizer a verdade não faço ideia do porquê de fazer física. Só que a senhora não tem noção de como é divertido! Estou adorando!
O meu sorriso ia, sem hipérbole alguma, de orelha a orelha. Já o dela... melhor nem comentar!
-Uhum... imagino... bom, você sempre foi cheia de gabrielices! Desde que era piquitinha... vou buscar um café!
E saiu resmungando algo como "ela doida! completamente maluca!"
Eis que de repende a verdade veio à tona: eu sou tão absurdamente estranha que nem consigo me dar conta disso! Seguindo a grande bomba que é a realidade veio uma explosiva crise existencial... quem sou? por que estou aqui? o que eu quero da vida?
Como eu obviamente não encontrei respostas para essas perguntas resolvi que era melhor continuar a vida como sempre foi. Cheia de esquisitices e mimimis. Enfim, cheia das minhas habituais, agradáveis e únicas gabrielices.